INTRODUÇÃO: O tempo é a duração das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro. Período continuo no qual os eventos se sucedem.
O tempo e o espaço que vivemos são limitados, por isso, devemos ser bons despenseiros de DEUS nessa vida.
I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM
1. Datação do livro.
Salomão é o autor do livro de Eclesiastes, é um discurso do velho sábio na temática da inutilidade da vida à parte de Deus, a Data em que foi escrito acredita-se que foi cerca de 935 a. C.
2. Conhecendo o pregador.
Segundo a tradição Judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem, Provérbios quando estava na meia idade e Eclesiastes quando estava no final de sua vida. O efeito conjunto do declínio espiritual de Salomão, da sua idolatria e da sua vida extravagante, deixou-o por fim desiludido, com os prazeres dessa vida e o materialismo, como caminho da felicidade. Eclesiastes registra suas reflexões negativas a respeito da futilidade de buscar felicidade nessa vida, à parte de Deus e da sua palavra. Ele teve poder, riqueza, fama e prazeres sensuais, em grande abundancia, mais no fim o resultado foi um grande vazio e a desilusão ao ponto de dizer "vaidade de vaidades! É tudo vaidade, Ec 1. 2. O proposito de Salomão ao discursar este livro era o de compartilhar seus pensamentos e testemunhar suas experiência para que outros não viesse cometer o mesmo erro por ele cometido.
II. DISCERNINDO OS TEMPOS
1. A transitoriedade da vida.
Transitoriedade é aquilo que é passageiro, transitório, aquilo que um dia vai ter fim.
O sábio e velho Salomão discursa sobre esse tema de grande importância, ele discorre em sua oratória dentro de quatro pontos que em sua corretíssima opinião não passa da vaidade humana ao declínio pessoal e ao afastamento de Deus, o Eterno autor da vida.
dentro dessa linha de raciocínio o sábio deixa claro que a vida é de fato transitória e deve ser vivida de forma que venha entronizar Deus no centro de nossos corações, vejamos:
a) Sabedoria: Salomão aqui parece entrar em contraste com o que ele ensina em Pv 3. 13, de fato não nesse ponto, em Ec 1. 16-18 o grande sábio deixa claro que muita das vezes o saber quando não bem administrados torna-se "vaidade" o vocábulo vaidade no Hb hebhel significa "aquilo que é efêmero, e pode ser traduzido como "muito fútil. Ele apenas quer passar para seus ouvintes que muita das vezes o conhecimento pode trazer grandes males, cf Gn 3. 6-10. O temor do casal do Edem entra em contraste com Pv 1. 7.
b) Os prazeres da vida: Ec 2. 1-3, nesse ponto Salomão estava querendo mostrar que os prazeres mundanos o separou da vontade divina, as orgias sexuais, a companhias de lindas mulheres separou o velho sábio de Deus. Salomão viveu uma verdadeira vida de luxuria e desejos sexuais desordenados, ferindo assim a imagem de Deus com sua depravação moral e espiritual, esses prazeres da vida não só o levou a prostituição como a idolatria, alguns teólogos chegam a dizer que para cada mulher ímpia de Salomão o mesmo fazia um altar para seus deuses, veja 2Pe 2. 13.
c) Riqueza: Salomão exalta suas conquistas mais ver que tudo é vaidade.
FIQUE POR DENTRO DE:
*Sua receita anual, 666 talentos, 1Rs 10. 14.
*Seu trono era de marfim e ouro puríssimo, 1Rs 11.
*Possuía 1. 400 carros e 12. 000 cavaleiros, 1rRs 10. 26.
*Suas frotas traziam ouro, prata, marfim, bugios e pavões, 1Rs 10. 22.
*Jesus refere-se a sua gloria e a sua fama, M6. 29; 12. 42.
Mesmo com tudo isso ele disse "vi que tudo isso era vaidade".
d) Trabalho: É bem verdade que Deus disse que comeríamos de nosso próprio trabalho, Gn 3. 19, Paulo disse quem não trabalha também não come, 2Ts 3. 10. Salomão está tratando do fato de se trabalhar com o fim de enriquecer-se ao ponto de esquecemos de Deus, o trabalho e seus ganhos são consequência de uma vida voltada par DEUS, MT 6. 31-34.
2. A eternidade de Deus.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Ec1. 3.
Aqui Salomão faz um grande contraste com a vida terrena do homem ao dizer: "debaixo do sol" o sol tem como objetivo iluminar a terra com sua luz e beleza, lembrando da fragilidade e limitação humana, enquanto Deus que está acima do sol entronizado em sua gloria eterna. Observe o texto de Ec 3. 11 que diz: "Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim."
Nessa passagem, "mundo" é a tradução do Hb. olam que significa "eternidade".
Salomão está exaltando a sabedoria e eternidade divina contrapondo o limite do ser humano.
III. O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1. Na família.
"Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras.
Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.
Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol." Ec 9:7-9
Aqui nós encontramos a necessita de um boa convivência em família, estamos diante de um texto sagrado que mostra uma reunião festiva e familiar, onde encontramos os seguinte itens necessários pra uma vida familiar feliz e prospera:
PÃO: Sustento e provisão.
VINHO: Alegria e satisfação.
VESTE: Pureza e Fidelidade conjugal.
ÓLEO: Presença divina no lar.
2. No trabalho.
"O trabalho deve ser uma forma e um meio de sustento, e não uma obsessão.
Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção.
E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus." Ec 5:18-19
"Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.
Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos;
Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis;
Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna."
1 Tm 6:16-19
IV. ADMINISTRANDO BEM O TEMPO
1. Evitando a falsa sabedoria e o hedonismo. Hedonismo consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida.
A palavra hedonismo vem do grego hedonikos, que significa "prazeroso", já que hedon significa prazer. Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes.
Esta doutrina moral teve a sua origem nos cirenaicos (fundada por Aristipo de Cirene), epicuristas antigos. O hedonismo determina que o bem supremo, ou seja, o fim último da ação, é o prazer. Neste caso, "prazer" significa algo mais que o mero prazer sensual. Os utilitaristas ingleses (Bentham e Stuart Mill) foram os continuadores do hedonismo antigo.
NOSSA BUSCA E PRAZER DEVE ESTAR VINCULADOS EM DUAS VERDADES QUE NOS ENSINAM ADMINISTRAR O TEMPO
a- A incerteza da vida - A vida nos oferece muitas situações, mas alguns fatos tornam-se inevitáveis. A morte é um fato inevitável. A Bíblia traz várias passagens falando da transitoriedade da vida - Tiago 4.14-15.Moisés, escrevendo o Salmo 90, diz que a vida é como o dia de ontem que se foi “tudo passa rapidamente, e nós voamos” Salmo 90.4-6, 9-10. O que fazer ante essa realidade? Tiago nos recomenda que a incerteza da vida deve nos lembrar quanto dependemos de Deus (Tiago 4.15) Moisés nos aconselha que, diante da brevidade da vida, devemos pedir a Deus que nos ensine a administrar os nossos dias de tal forma que alcancemos coração sábio (Salmo 90.12).
b- A certeza da volta de Jesus - Outro fato inevitável, que aguardamos a qualquer momento, com ansiedade, é a volta do Senhor Jesus. No Seu discurso de despedida, Ele conforta Seus apóstolos e anuncia a Sua volta: “E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei…” João 14.3. Jesus, que prometeu voltar, é fiel para cumprir a Sua Palavra (Hebreus 10.23).
Esta é a bendita esperança da Igreja. Na parábola da dez minas, Jesus recomenda: “Negociai até que eu volte” - Lucas 19.11-27. O evangelista João nos exorta a fazer a obra enquanto é dia (João 9.4). Não podemos perder tempo! Temos que aproveitar cada momento que o Pai nos dá para testemunhar de Jesus: saudando um vizinho, confortando um aflito, visitando um doente, alimentando um faminto, vestindo um descamisado, apresentando o plano de salvação a um descrente.
Ev. Isaías de Jesus
2. Evitando a falsa prosperidade e o ativismo.
A felicidade na vida não está baseada nos bens materiais Ec 2:4-11. A busca desenfreada para acumular riquezas, alcançar elevadas posições, poder e fama é como “correr atrás do vento”.
Prosperidade, no sentido bíblico, é a medida das bênçãos de Deus, segundo Sua vontade. Não se trata apenas de “ser rico” ou ter “ótima saúde”, mas possuir: sabedoria, dons, bom (boa) esposo (a), filhos obedientes e fiéis a Deus, honras, paz, segurança, etc. Alguns termos bíblicos que descrevem a prosperidade: “bênçãos”, “bem-aventurado”, “colheita”, “abundância”, “prosperar”.
Ao longo da história humana, Deus tem usado de pessoas prósperas para abençoar seu povo: Abraão, Isaque, José (do Egito), Davi, Salomão, etc.
· Como obter prosperidade?
Sendo obediente: Ex 23.25, Dt 7.12-13, 11.13-15, Pv 28.20, Ap 22.7. A obediência á vontade de Deus leva o homem a gozar paz, harmonia, segurança, e usufruir dos benefícios que Deus tem reservado àqueles que O amam (2 Cr 26.5, Sl 1.3). Exemplo: as promessas feitas aos dizimistas fazem parte da bênção pela obediência (Ml 3.10,11). Isaque foi obediente, ficando em Gerar, e Deus lhe abençoou muitíssimo (Gn 26.2, 6, 12-14).
· Podemos pedir prosperidade para Deus?
Sem dúvida, Ele nos quer abençoar sempre! (Mt 6.33, Fp 4.19). O que ocorre, com frequência, que a prosperidade é vista egoisticamente, para o próprio deleite da pessoa que a recebe. Aí então ocorre o engano da “prosperidade sem responsabilidade”.
· Que é “voto de prosperidade”?
É um voto feito á Deus, propondo-se a ser um canal de suas bênçãos. O voto é o seguinte: quanto mais bênçãos receber, mais a pessoa dará para outros (At 20.35). Pessoas que fizeram este voto: Abraão (Gl 3.14), Jacó (Gn 28.22), Salomão (1 Rs 3.8-9), etc.
· A prosperidade pode cessar?
Não de todo. Mas, por motivos especiais, Deus pode fazer cessar alguma prosperidade em particular. O caso mais conhecido é o de Jó: perdeu bens, família e saúde, para alcançar uma bênção maior: conhecer Deus de perto! (Jó 42.5). “Todas as coisas cooperam para o bem...” (Rm 8.28).
· Qual a nossa responsabilidade diante da prosperidade a nós concedida?
Será proporcional ao que recebermos (Mt 25.14-30). Especificamente, aos que receberem bênçãos materiais, estará a responsabilidade de ministrar misericórdia (1 Tm 6.17-19).
Aos que receberem grande sabedoria, será cobrado responsabilidade extra pelo seu uso . É propósito de Deus que haja diligência (cuidado) com o que recebermos: o que pouco recebe, pouco será cobrado, o que muito recebe, muito será exigido (Lc 12.48). Haverá um tribunal especial para nós, cristãos, para avaliar nossa fidelidade em relação àquilo que recebemos de Deus (“Tribunal de Cristo”: Rm 14.10, 2 Co 5.10).
"Remindo o tempo; porquanto os dias são maus." Efésios 5:16.
Elaborado por: Dc. Samuel Benedito

.png)
Por
11/30/2013

0 comentários